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domingo, 24 de outubro de 2010

Quem foi Manuel Maurício de Albuquerque ?

Você tem essa dúvida ? Quer saber quem foi Manuel Maurício e a sua história ? Vasculhamos alguns sites de pesquisa na internet, e descobrimos a história deste grande professor , geógrafo e históriador brasileiro .

Manuel Maurício de Albuquerque (Estado de Alagoas, 1927 - Rio de Janeiro, 1981) foi um professor, geógrafo e historiador brasileiro.

Sobre a vida e a obra desse pesquisador, Eulália Maria Lahmeyer Lobo publicou o livro Manuel Maurício de Albuquerque: mestre-escola, bem-amado, historiador maldito (1987) [1].

Seu nome foi postumamente reverenciado com a criação do Centro de Estudos Manuel Maurício de Albuquerque, o CEMMA, que tem como objetivo principal preservar a imagem de seu patrono [2].

No bairro de Anchieta, Rio de Janeiro, existe o Colégio Estadual Professor Manuel Maurício de Albuquerque desde 1984.[3].

Biografia

Manuel Maurícío de Albuquerque era bacharel e licenciado em História e Geografia pela antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje IFCS/UFRJ. Lecionou no antigo ginasial (hoje, ensino médio) e em cursos pré-vestibulares, no Rio de Janeiro. Foi professor assistente de História do Brasil no IFCS/UFRJ, titular de História Econômica do Brasil na PUC do Rio de Janeiro e professor titular de História Diplomática do Brasil e História da América no Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores. Manoel Maurício foi conferencista em cursos de aperfeiçoamento no Arquivo Nacional, no Conselho Nacional de Geografia e no IBGE, além de ter ocupado o função de geógrafo do Conselho Nacional de Geografia. Foi documentarista do extinto Instituto Nacional de Imigração e Colonização. Em sua obra de historiador, além de obras didáticas destinadas ao Ensino Médio - e um Atlas Histórico Escolar (obra coletiva, 1983) [4] -, destaca-se seu principal livro, Pequena História da Formação Social Brasileira (1981) [5]. Cassado pelo AI-5, foi posteriormente preso e torturado, tendo vivido até a anistia a experiência de lecionar em cursos pré-vestibulares, onde continuou a produzir uma legião de admiradores, como o jornalista Paulo Henrique Amorim, que escreveu sobre "o China", apelido com o qual era carinhosamente tratado por seus amigos/alunos [6] [7].

Consta, no portal do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro: "Os documentos que compõem a Coleção Particular Manuel Maurício de Albuquerque [1.618 volumes] foram doados ao Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro pelo professor e amigo José Luiz Werneck da Silva, em 25 de maio de 1983" [8].

Sobre Manuel Maurício, Luiz Sergio Dias (Coordenador Acadêmico do CEMMA, Doutor em História Social pela UFRJ) escreveu: "Manuel Maurício de Albuquerque é, como outros mestres, personagem daqueles livros. Cassado pelo AI-5, foi posteriormente preso e torturado, tendo vivido até a anistia a experiência de professores que, afastados arbitrariamente do mundo acadêmico, buscaram em cursos pré-vestibulares uma digna sobrevivência. Foi justamente nesse momento que a erudição e a sensibilidade, somadas ao afloramento de uma consciência política acentuada, levaram-no a uma atividade professoral quase catequética. Das aulas em 'cursinhos' às palestras para artistas, sem descurar dos cursos de conscientização político-ideológica, Manuel Maurício entendeu que aquela era a sua luta contra o obscurantismo ditatorial. A um certo amargor pela indiferença de alguns antigos pares acadêmicos pela sua cassação, opôs o fervor da ação política intelectual temperada pela alegria, pelo humor e por pitadas de mordacidade que tornaram-no o 'Maneco', um professor amado por muitos dos seus alunos. Quando o dinamismo político levou-o a encontrar tempo para escrever, o fruto do seu trabalho – Pequena História da Formação Social Brasileira – praticamente prenunciou a sua morte. Assim, não teve tempo de polemizar, o que deveria ser um dos seus desejos políticos. Mas, pelo menos, morreu entre livros, na Livraria Ivo Alonso, em 1981, junto à professora e amiga Eulália Lobo que, como ele, sofrera com a cassação e a prisão" [9].

O jornalista Paulo Henrique Amorim escreve sobre Manuel Maurício

"O meu professor inesquecível foi um professor de História chamado Manuel Maurício de Albuquerque, também conhecido como 'China'. O professor Manuel Maurício tinha evidentemente, para merecer o apelido, os olhos meio puxados, embora fosse [alagoano]. Não tinha nada de chinês. Ele fumava ininterruptamente, dava aula fumando e equilibrava o giz e o apagador com a mesma mão com que administrava o cigarro. Me lembro dele com uma profunda emoção, me sensibilizo até hoje.

Eu fui aluno dele no curso ginasial, no curso clássico e depois na faculdade. Eu comecei a estudar com ele História das Américas e me lembro muito bem que ele nos ajudou a colocar o Brasil em perspectiva, dentro da visão do mundo ibérico, com os vizinhos de língua espanhola, nos mostrou a história fantástica de Bolívar e nos falava de Thomas Jefferson. Isso foi no segundo ano ginasial. Depois, no curso clássico, ele dava aula de História do Brasil, e me lembro dele nos falando de história colonial e nos fazendo ler Capistrano de Abreu.

Mas o meu melhor momento de convivência com o professor Manuel Maurício foi quando entrei na universidade, na PUC, para estudar Sociologia. Ele nos deu aula de história e nos levou a ler Gilberto Freyre. Fizemos uma leitura monitorada por ele, guiada por ele, de Casa-Grande e Senzala. Acho que é um patrimônio que carrego comigo até hoje.

Além disso, o professor Maurício nos orientou. Eu estudava no Colégio Aplicação, no Rio de Janeiro, onde fiz o ginásio e o clássico. O professor Manuel Maurício foi o nosso guia numa excursão que fizemos a Ouro Preto e a todo o barroco de Minas. Fomos a Congonhas, Mariana, Tiradentes, Ouro Preto, passamos duas semanas inesquecíveis. Eram 40 garotos e garotas de ginásio e foi uma farra monumental. Visitávamos aquelas igrejas, acompanhávamos o Aleijadinho, Congonhas do Campo e tudo aquilo sob os olhos quase que cúmplices do professor Manuel Maurício, que também era um profundo conhecedor da história do barroco mineiro. Além de outras virtudes, conhecia a história do barroco mineiro muito bem e isso também é um patrimônio cultural que eu carrego comigo e devo a esse grande professor, Manuel Maurício de Albuquerque".

Fonte : Wikipedia

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